domingo, 8 de fevereiro de 2015

HGRS

     HGRS

 Olho os corredores do Hospital Roberto Santos
Leilane dorme.Uma hora da noite
muitas pessoas acordadas,
acompanhantes dos pacientes,
 como falam coisas que Deus e eu duvidamos,
horripilantes,tantas promessas.
Ao longe lá,janela do Saboeiro,
ouço musicas venenosas
que conheço e desconheço
e não quero escutar.

No hospital as mães dos pequenos pacientes
falam pelos cotovelos,narizes,barrigas,pernas
,e sei mais lá por onde mais.
Sentia vontade de ser invisível e conseguia.
Eu queria ser só. O inverno chegava
para o hemisfério sul e para meu coração,
dar-me-a a noite mais longa.

Talvez eu aprenda a fazer versos melhores
ou me enforque ou me embriague
ou fique mudo,ou ouça a vida
ou tente a morte,ou esqueça tudo
ou faça tudo absolutamente tudo
talvez ame,ou desame.
Por tudo o inverno virá cheio de senões.

Meus cabelos amanhá
torná-se-ão  mais brancos
e pensarei mais que nunca na morte.

Luiz Nazcimentto
20/06/2003






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